O evento ocorreu na cidade de Foz do Iguaçu
Fugir do agito dos grandes centros urbanos sempre acaba por nos levar para parques verdes, que tenham um lago, ou mesmo uma cachoeira mais escondida, mas que, ainda assim, fazem parte dos cenários das nossas cidades.
No entanto, para continuar aproveitando essas áreas naturais, é fundamental que saibamos como preservá-las e como elas devem ser cuidadas. Pensando nisso, pesquisadoras do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, doutora María Martha Torres Martínez – pós-doutoranda do NAPI Serviços Ecossistêmicos – e doutora Ana Alice Eleuterio Aguiar – líder da meta 9 do Arranjo –, encabeçaram a organização do 1º Workshop de Monitoramento Participativo de Ambientes Aquáticos Urbanos.
O evento ocorreu no final de março, em Foz do Iguaçu. As atividades foram realizadas no Centro de Educação Ambiental (CEAI), localizado no Bosque Guaraní, nas bacias hidrográficas da região e no campus Jardim Universitário da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).

Participantes do workshop em laboratório
A iniciativa teve como objetivo capacitar profissionais e interessados na temática, oferecendo formação sobre como monitorar corpos de água urbanos, com a realização de monitoramento participativo da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos urbanos, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs).
Os participantes tiveram a oportunidade de aplicar protocolos de monitoramento da qualidade da água e ambiental em duas bacias hidrográficas da região: o Rio Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu, e o Rio Mathias Almada, em Foz do Iguaçu. O objetivo foi comparar as realidades de ambas as bacias e aplicar as ferramentas aprendidas no workshop, gerando documentos técnicos que detalham as condições das bacias avaliadas.
As informações produzidas serão fundamentais para os gestores e tomadores de decisão, assim como para a comunidade no geral, auxiliando na formulação de políticas públicas para a proteção dos corpos hídricos da região.



Participantes do workshop colhendo amostras em campo
Assim, os participantes produziram relatórios técnicos, que serão utilizados para a construção de um relatório técnico final. Este documento servirá como uma fonte de informação acessível ao público em geral, incluindo comunidades e tomadores de decisão, demonstrando como ferramentas simples e de baixo custo podem ser utilizadas no monitoramento da qualidade da água.
“A ideia é publicar o relatório técnico no primeiro semestre deste ano e disponibilizá-lo para o uso público. Também pretendemos replicar este evento e atingir um público ainda maior, incluindo mais representantes da comunidade. Este tipo de iniciativa é de grande importância para a construção do conhecimento e para o exercício da cidadania, com foco no monitoramento participativo”, afirma a organizadora do evento, María Martha.
O workshop contou com uma programação diversificada, que incluiu atividades teóricas e práticas, além da participação de importantes pesquisadores. A coordenadora do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos e professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Claudia Bonecker, ministrou uma palestra sobre Ecologia de Ambientes Aquáticos Urbanos. Já os profissionais vinculados à UNILA, os professores Marcela Boroski, Marcelo Kapp, Flávio Gomes Figueira Camacho, e a graduanda Nathali De Lima Steiger, conduziram atividades sobre as análises físico-químicas da qualidade da água com ferramentas de baixo custo.
Enquanto isso, a mestranda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) representante da equipe da pesquisadora Juliana França (UFMG e Rede Brasileira de Ciência Cidadã – RBCC), Bruna de Souza Viera, apresentou o componente de Monitoramento Participativo da Qualidade da Água e protocolos baseados em Ciência Cidadã. Por fim, a organizadora, Ana Alice, conduziu atividades relacionadas à Avaliação dos Impactos Ambientais e ao uso de protocolos, com componentes teóricos e práticos.
E, claro que o workshop estava repleto de interessados brasileiros, mas contou com a presença de outras nacionalidades, como Argentina, Brasil, Colômbia, Moçambique e Paraguai, sendo graduandos em Biologia, gestores, representantes de órgãos públicos e privados, docentes de escolas de ensino médio e superior, pesquisadores e membros de comunidades quilombolas.

Participantes do workshop colhendo amostras em campo
Além disso, para o sucesso completo do evento, foi fundamental o apoio de várias entidades, como o NAPI Paraná Faz Ciência, Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC), o Parque Nacional do Iguaçu (ICMBio/MMA), a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Foz do Iguaçu, UNILA e a Fundação Araucária. Mal podemos esperar pela segunda edição, não é mesmo?