Supercomputador acelera em 24 vezes a análise de áreas degradadas

Tecnologia foi desenvolvida com a participação de pesquisadores do NAPI Biodiversidade

Nos últimos cinco anos, o Estado do Paraná perdeu 20 mil hectares de vegetação nativa, de acordo com o MapBiomas, que produz mapeamento anual da cobertura e uso da terra no Brasil. O número já parece preocupante, mas difícil de visualizar a situação real do problema. Bom, um hectare equivale, mais ou menos, à área de um campo de futebol. Ou seja, o território paranaense tem 20 mil campos de futebol de vegetação nativa a menos do que alguns anos atrás. Assustador, não é mesmo?

 

Uma área tão extensa, engloba uma vasta diversidade de vida animal e vegetal. Por isso, é necessário que saibamos as espécies diretamente impactadas para propor que iniciativas de recuperação e preservação sejam desenvolvidas.

 

Pensando neste cenário, pesquisadores do NAPI Biodiversidade, junto com outros cientistas paranaenses, desenvolveram uma tecnologia de análise de dados do mapeamento de áreas desmatadas no Estado. A tarefa foi realizada com o auxílio de um supercomputador, que pode reduzir em 24 vezes o tempo de análise desses dados ambientais.

 

O equipamento do Centro de Computação Científica e Software Livre, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem a potência de processar dados de mais de sete mil espécies de animais e plantas em um só mapeamento. São informações que levariam quase dois anos para serem processadas em um computador comum, mas com o supercomputador da universidade levará menos de um mês. Um exemplo grandioso da união da ciência e tecnologia.

 

“Essa é uma iniciativa única no Brasil. Com certeza, nunca houve nada dessa magnitude. E, obviamente, que isso envolve também muito trabalho e muito poder de computação para conseguir gerar esses modelos de distribuição e elencar áreas prioritárias para conservação e restauração”, afirma o pesquisador do NAPI Biodiversidade e professor da UFPR, o doutor Victor Pereira Zwiener.

 

O pesquisador explica que, com o mapeamento do supercomputador, serão identificadas áreas favoráveis para a conservação da biodiversidade, bem como onde determinadas espécies estão localizadas. Com essas informações, serão gerados mapas de áreas prioritárias para a conservação, que poderão ser utilizados pelo poder público como guias de áreas alvo para iniciativas ambientais. 

 

“A restauração não pode ser vista como uma troca. ‘Vou restaurar ao invés de conservar’. A conservação tem que ser agora, a gente não tem mais tempo! Precisamos estabelecer metas que sejam cumpridas. E a restauração vira como uma ferramenta complementar”, afirma Zwiener.

 

O professor explicou sobre o supercomputador e o mapeamento em uma entrevista para o Meio Dia Paraná, telejornal da rede paranaense de televisão RPC. Você pode conferir a reportagem completa no vídeo abaixo:

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