Artigo sobre impacto de espécie invasora é publicado

Pesquisadores do NAPI Biodiversidade fazem parte do grupo responsável pelo estudo

Sabia que uma das flores mais populares por sua beleza e amada por floristas e clientes, pode prejudicar – e muito – a nossa biodiversidade? O Hedychium coronarium J. Koenig é um tipo de lírio branco, encontrado por todo o Brasil, mas que não é natural daqui! Ele é de origem asiática e, por isso, sua presença na maioria dos estados brasileiros o configura como uma espécie invasora. Isto fez com que o artigo “Influência de Hedychium coronarium J. Koenig na sucessão secundária de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista Aluvial” fosse desenvolvido e publicado no periódico Ciência Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria.

 

A pesquisa em questão avalia os efeitos negativos da Hedychium coronarium  J.Koenig, uma espécie de herbácea rizomatosa, em solo brasileiro, uma vez que já há o conhecimento de um impacto negativo global causado pela disseminação de espécies exóticas invasoras, no que diz respeito à perda da biodiversidade dos ecossistemas. 

 

O trabalho foi realizado em conjunto pela engenheira florestal Larissa Martins Pereira, pelos doutorandos em Engenharia Florestal Felipe Manzoni Barbosa e Kyvia Pontes Teixeira das Chagas, pelos doutores e professores Santiago José Elías Velazco e Tiago Montagna, além dos doutores, professores e pesquisadores do NAPI Biodiversidade Marcos Bergmann Carlucci e Christopher Thomas Blum.

 

Os pesquisadores avaliaram a influência da existência de H. coronarium no mesmo espaço que também há espécies nativas. A área estudada foi um remanescente florestal urbano de Floresta Ombrófila Mista Aluvial, em Curitiba, no Paraná, de 15,2 hectares. 

Hedychium coronarium J. Koenig (Foto: Kenia Velasco)

Para quantificar os efeitos negativos dessa espécie invasora, foram separadas duas amostragens. Em uma delas, havia uma grande quantidade de H. coronarium, ou seja, com presença maior do que 60% na área, e que foi denominada de Elevada Cobertura (EC). Já a outra foi chamada de Baixa Cobertura (BC), uma vez que a presença de H. coronarium era de 30%. 

 

Nas zonas de EC, foram registradas apenas cinco espécies de herbáceas nativas e 24 lenhosas nativas, enquanto nas zonas de BC houve a notificação de 17 herbáceas nativas e 37 lenhosas nativas. Dá para notar uma diferença abundante de diversidade, não é mesmo?

 

Isso comprova que, quanto maior a presença de H. coronarium, menor é a riqueza de espécies no ambiente. “Os parâmetros de composição florística e de estrutura das espécies nativas expressam a intensidade de cobertura de H. coronarium, com efeitos negativos sobre a riqueza e abundância de plantas herbáceas e regenerantes lenhosos” (PEREIRA et al, 2024).

 

De acordo com os pesquisadores, esse tipo de estudo é importante para avaliar os danos causados em cada espaço, fomentando uma rede que auxilia na diminuição dos efeitos negativos de espécies exóticas em ambientes naturais. 

 

Ficou interessado em saber mais detalhes dos métodos e resultados da pesquisa? Confira o artigo completo neste link. 

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