O evento ocorreu em mais de 100 cidades brasileiras
Imagina aprender ciência dentro do bar? Desvendar mistérios científicos de uma maneira super descontraída, mas ainda informativa? Esse é o objetivo do Pint of Science, criado em 2012, na Inglaterra, e que chegou ao Brasil em 2015. O festival reúne pesquisadores e especialistas em bares e restaurantes para discutir ciência em diversas áreas do conhecimento.
O Pint of Science Brasil completou 10 anos, com o tema “Tempo de mudanças”, e esteve presente em 169 cidades brasileiras, entre os dias 19 e 21 de maio, tornando-se o maior do mundo em relação a outros 26 países (o 2º lugar ficou com a Espanha com apenas 75 cidades!). No Paraná, o evento ocorreu em 31 municípios, incluindo Londrina, onde os professores e pesquisadores do NAPI Biodiversidade, Claudia Martinez e Halley Caixeta de Oliveira, conversaram com um público super interessado em aprender mais.

Prof. Halley Caixeta de Oliveira realizando sua apresentação no Pint of Science Brasil 2025
Mais de 1.000 pessoas prestigiaram 60 palestrantes, que abordaram 28 temas de diversas áreas, em 10 estabelecimentos londrinenses e que envolveu oito instituições de ensino. A apresentação o “O Agro é Tóxico?”, da professora Claudia Martinez, mostrou que o uso excessivo de agrotóxicos sintéticos pode contaminar os corpos de água doce, prejudicando tanto a saúde dos animais aquáticos, como do ambiente em sua totalidade, inclusive, a saúde dos seres humanos. Com essa abordagem, a professora pode apresentar o conceito de Saúde Única, que reconhece a interligação entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental, ou seja, que não enxerga as áreas de forma separada, mas busca tratá-las de modo integrado.
E não parou por aí, até porque na mesa do bar a conversa não tem fim! Martinez também trouxe para os participantes alternativas possíveis, viáveis e, o mais importante, sustentáveis, ao uso de agrotóxicos sintéticos. Um exemplo são os nanobiopesticidas, alvos de diversas pesquisas realizadas dentro do NAPI Biodiversidade, assim como a agricultura orgânica e a agroecologia.

Prof. Claudia Martinez após sua apresentação no Pint of Science Brasil 2025
Já a galera que estava em um outro barzinho, participou da conversa “Nanotecnologia: muito pequeno para ver mas grande o suficiente para mudar o mundo”, com os professores Halley e Glaura Scantamburlo Alves Fernandes. Para aproximar o público de um conceito que, às vezes, pode causar estranheza à primeira vista, os professores partiram dos conceitos mais básicos, como o que é nanotecnologia e qual a diferença de um mesmo material na escala nano e na escala tradicional. E, após essa introdução, puderam explicar as aplicações reais e muito úteis da nanotecnologia, como seu uso em plantas, tanto para agricultura como para o reflorestamento.
“Foi bem legal participar desse evento, porque ele é considerado o maior festival de divulgação científica no mundo e permite que a gente atinja um público diferente, mais amplo do que aquele público científico que a gente está acostumado. E, até mesmo, que a gente consiga conhecer trabalhos de outros pesquisadores e professoras de outras instituições”, afirma Oliveira.
