O tema desse ano foi “O Agro Conecta”
A tradicional feira do agronegócio, que acontece em Maringá, chegou a sua 51ª edição, com o tema “O Agro Conecta”. Esse ano, a Expoingá teve o objetivo de ressaltar como o agro é capaz de promover a conexão entre pessoas, produtores, pesquisadores, empreendedores, tecnologia, sustentabilidade e desenvolvimento.
Para evidenciar o envolvimento entre o agronegócio e a inovação, pela primeira vez, a feira contou com a participação dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) e claro que o NAPI Biodiversidade não ficou de fora!
O evento ocorreu de 8 a 18 de maio, no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, com os Arranjos sendo apresentados no estande da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que também reuniu a Fundação Araucária, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).


Pesquisadores do NAPI Biodiversidade no estande na Expoingá
Os pesquisadores dos NAPI Biodiversidade: RESTORE e NAPI Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia apresentaram algumas pesquisas e trabalhos desenvolvidos no dia 9 de maio, enquanto os cientistas do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos participaram do último dia de feira.
Essa foi a oportunidade perfeita para levar os conhecimentos desenvolvidos em laboratório para mais perto da comunidade. Crianças, jovens e adultos que passavam pelo estande puderam conversar diretamente com os pesquisadores e conhecerem, de perto, aquilo que está sendo estudado dentro das universidades e de que forma essas inovações podem beneficiar e impactar a vida e o dia a dia das pessoas. Ou seja, a conexão entre ciência, cientistas e comunidade.
Um dos estudos apresentados foi a cultura de calos desenvolvida em laboratório, que consiste em pegar parte de uma planta e cultivá-la até que ela se regenere e se torne uma nova planta por completo. É um processo de micropropagação, que colabora diretamente na conservação de espécies, bem como no possível plantio em diferentes áreas.


Cultura de calos e fungos expostos no estande na Expoingá
Além disso, os visitantes puderam ter um contato físico e super seguro com fungos, afinal, eles estavam sendo apresentados em placas com resina, justamente para que as pessoas conseguissem pegar na mão e ver um fungo de pertinho. Foram expostos fungos fitopatógenos – que causam doenças nas plantas – e também houve a explicação sobre fungos endofíticos – aqueles que vivem no interior dos tecidos de plantas e podem ser grandes aliados no combate a espécies daninhas nas plantações.
Um exemplo é o fungo Trichoderma, que é foco de um estudo no cenário de períodos de secas, cada vez mais frequentes e responsáveis pela destruição de lavouras. Os pesquisadores colocaram em exposição mudas de plantas em quatro diferentes situações, para elucidar a aplicabilidade do fungo.
Estavam expostas para o público as plantas sob controle — irrigadas todos os dias —, as sob seca — que não recebem irrigação por 20 dias consecutivos —, as sob controle inoculado — irrigadas e a inoculadas com um fungo —, bem como as sob seca e inoculadas — que não recebem irrigação por 20 dias consecutivos, mas sofrem inoculação de um fungo.
Os visitantes conseguiram ver que mesmo as mudas sob condições de seca conseguiram se desenvolver por conta do auxílio do fungo, muito diferente das que não receberam essa ajuda. É uma tecnologia que pode auxiliar diretamente diversos produtores rurais, desde os da agricultura familiar às grandes fazendas agrícolas.

Pesquisadores do NAPI Biodiversidade no estande na Expoingá
Ainda, pesquisas envolvendo a qualidade da água de rios paranaenses também fizeram parte da exposição. Diversos materiais impressos em impressora 3D, que remetem a tipos de algas, foram utilizados para explicar aos visitantes que elas são grandes indicadoras da qualidade de água. Alguns grupos desses organismos podem indicar uma água limpa e saudável, como alguns grupos podem indicar que a água não se encontra na sua melhor qualidade.
“Todo o processo de estudos e as pesquisas realizadas na Academia devem ser conhecidas e é muito importante a divulgação, em especial, para a comunidade. E a Expoingá também é um espaço fundamental para que empresas tenham contato com as nossas pesquisas e, aquelas que tiverem interesse nos contactem para possíveis parcerias”, explica a professora e pesquisadora do NAPI Biodiversidade, Lindamir Hernandez Pastorini.