O estudo apresentado contém três iniciativas em ciência cidadã
A Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai é um marco físico de uma relação íntima entre três importantes países, que possuem ricas trocas culturais, econômicas, sociais e, claro, científicas! Um dos eventos mais importantes envolvendo essas três nacionalidades, o Congresso de Engenharias e Ciências Aplicadas das Três Fronteiras (MEC3F), teve a sua 5ª edição em 2024, entre os dias 17 a 20 de setembro, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) — unidade Itaipu Parquetec, em Foz do Iguaçu.
O evento tem o objetivo de promover a integração da comunidade em torno de questões científicas e tecnológicas, bem como o desenvolvimento social e sustentável na região da Tríplice Fronteira. Dessa forma, rompendo as barreiras territoriais e unindo os três países em busca da cooperação em relação à ciência, tecnologia e inovação.
No MEC3F2024, as temáticas abordadas foram: Saúde e Meio Ambiente; Ecologia e Conservação; Engenharia e Sustentabilidade; e Física e Química em Energia. O NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos marcou presença no primeiro eixo apresentado, com a apresentação do trabalho “Iniciativas em ciência cidadã: resultados parciais e impactos”, pela doutora María Martha Torres Martínez, e que também teve participação das doutoras Elaine Della Giustina Soares e Ana Alice Eleuterio para seu desenvolvimento.
A ciência cidadã busca desenvolver estudos com a participação da comunidade não científica junto de cientistas, criando um espaço em que as pessoas tenham um contato mais consciente com as problemáticas sociais, políticas ou mesmo ambientais, do nosso planeta. Além disso, essa frente científica faz parte da Meta 9 do NAPI, “Interação com a sociedade e com outras redes de pesquisa através da realização de atividades integradoras para a divulgação do conhecimento e valorização da biodiversidade no Paraná”.
Doutora María Martha Torres Martínez realizando sua apresentação no MEC3F 2024
Em um dos projetos de extensão desenvolvidos e abordados pelas pesquisadoras do Arranjo, Ecologia & Saúde: ciência cidadã para o monitoramento da dengue (Unila), há a promoção da saúde pública, por meio do monitoramento do habitat de mosquitos vetores da dengue. O projeto permite o letramento científico, com a execução de projetos de ciência focados no mapeamento do habitat dos mosquitos transmissores de arboviroses.
A partir do projeto, há a criação de protocolos, planos de aula e atividades práticas. Um exemplo é o curso de formação para professores da rede pública de ensino, sobre práticas de ciência cidadã para o monitoramento da dengue em Foz do Iguaçu.
Já o “Observatório de espécies invasoras”, tem o objetivo de criar um “Observatório paranaense de espécies não-nativas ou invasoras”, que é a Meta 8, do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, visando à redução de perdas econômicas e ambientais.
Dentro da meta, está sendo desenvolvida uma plataforma digital para facilitar a obtenção de dados e seguimento de espécies invasoras, com uma interface que permite a interação e engajamento de qualquer cidadão.
Por fim, o projeto de extensão “Olha o Bicho! Monitoramento participativo da fauna atropelada”, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), realiza o monitoramento participativo da fauna atropelada nas áreas ao redor de unidades de conservação e parques urbanos das cidades. Assim, está em desenvolvimento um protocolo de ciência cidadã, em parceria com o Programa Institucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE), para coleta de dados da fauna atropelada.
Doutora María Martha Torres Martínez realizando sua apresentação no MEC3F 2024
“A participação neste evento, de envergadura internacional, foi muito interessante, pois proporcionou um espaço de intercâmbio de ideias entre atores regionais da tríplice fronteira. Apresentei nosso trabalho no eixo de “Saúde e Meio Ambiente”, que contou com a participação de profissionais da Argentina, Paraguai e Brasil. Essa troca foi enriquecedora e ampliou nossa perspectiva sobre os desafios e oportunidades na área”, afirma a pesquisadora Martínez.
Para o NAPI, a participação no evento foi fundamental para a divulgação e apresentação de resultados parciais das atividades desenvolvidas dentro de algumas metas do arranjo em Serviços Ecossistêmicos. Algo que, não apenas expandiu a visibilidade dos NAPI, mas também criou um espaço propício para o intercâmbio de ideias, colaborações e futuras parcerias.