Cientistas participam do II Workshop Microrganismos para uma Agricultura Sustentável

Evento ocorreu no Sindicato Rural de Sinop

A utilização de microrganismos como aliados na manutenção e preservação da biodiversidade já é uma realidade. Esses seres são um recurso indispensável para a promoção de uma agricultura que tenha menor impacto negativo na natureza, por isso, o estudo e avanços científicos na área são tão importantes, bem como eventos que proporcionem o compartilhamento desse conhecimento.

 

O II Workshop Microrganismos para uma Agricultura Sustentável, promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nos dias 12, 13 e 14 de setembro, tem essa preocupação científica e contou com a participação de pesquisadores do NAPI Biodiversidade. 

 

O evento ocorreu no Sindicato Rural de Sinop (SRS). Nos dois primeiros dias, três minicursos foram ministrados na UFMT e na SRS. Os temas foram: Métodos de avaliação da atividade microbiológica do solo; Métodos de controle de qualidade de bioinsumos; e Fungos micorrízicos – aplicações na agricultura e métodos de multiplicação.

 

O workshop, dividido em quatro painéis, teve o objetivo de discutir os sistemas agrícolas e os desafios na produção de bioinsumos de base microbiana, contando com a participação de estudantes, produtores rurais, consultores, professores, agentes de assistência técnica e demais profissionais interessados na temática.

Apresentação do coordenador do NAPI Biodiversidade: RESTORE, doutor Halley Caixeta de Oliveira

O tema do primeiro painel foi “Sistemas de produção”, com palestras abordando a qualidade microbiológica do solo em sistemas integrados de produção, o manejo sustentável do solo em sistemas agroflorestais e as práticas integrativas de agricultura regenerativa. O segundo painel abordou “Bioinsumos”, discutindo novos bioinsumos na indústria e seus desafios, bem como as experiências e dificuldades no uso, aplicação e produção destes produtos.

 

O terceiro painel, sobre “Pesquisa em bioinsumos”, contou com a participação dos coordenadores gerais do NAPI Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia, doutor André Luiz de Oliveira, e do NAPI Biodiversidade: RESTORE, doutor Halley Caixeta de Oliveira, que foram convidados pelos organizadores do evento. 

 

A palestra de André Luiz de Oliveira, denominada “Biotecnologia Microbiana: novos caminhos para a agricultura”, abordou o uso de microrganismos de ambientes, tanto de ambientes naturais, quanto de ambientes agrícolas, para aumentar o crescimento de plantas e a resistência à estresses. Dessa forma, abordou sobre a importância da preservação e manutenção da microbiota do solo, tanto para a agricultura, quanto na área de restauração florestal.

 

Enquanto isso, a apresentação do coordenador geral do NAPI Biodiversidade: RESTORE, “Estratégias baseadas em nanotecnologia verde para indução da tolerância à seca e outros estresses abióticos”, trouxe à discussão a nanotecnologia. “Eu foquei no uso e aplicação de diferentes nanotecnologias para proteção de plantas contra estresses ambientais, como a seca, temperatura, excesso de luz, bem como solos contaminados com metais. Isso é válido tanto em plantas de interesse para a agricultura, quanto em plantas de espécies arbóreas, usadas em reflorestamento. Além disso, o uso dessas tecnologias para germinação de algumas espécies arbóreas que são de difícil germinação ou em ambiente sob estresse, que prejudicam a germinação”, explica o professor.

Apresentação do coordenador do NAPI Biodiversidade: RESTORE, doutor Halley Caixeta de Oliveira

No quarto e último painel abordou-se a “Produção de bioinsumos”, discutindo sobre ingredientes para nutrição microbiana em fermentação líquida, a bioengenharia para produção de bioinsumos e energia útil em propriedade rural e o controle de qualidade das biofábricas.

 

De acordo com o doutor Halley Caixeta de Oliveira, a vivência no evento foi importante para trocar experiências, especialmente com pesquisadores que promovem diversos testes e análises em campo. Além disso, entrar em contato com estudos e pesquisas que sejam das mesmas áreas trabalhadas no NAPI Biodiversidade, mas em outro estado e com outros ambientes naturais. Ademais, o público do evento também foi um diferencial, já que, além de pesquisadores e acadêmicos, haviam diversos produtores rurais da região e empresas que vendem as tecnologias com microrganismos. 

 

Para o NAPI Biodiversidade, a participação na programação foi bem importante para apresentar o Arranjo para um público diferente, e ver o interesse deles pelo nosso trabalho e possibilidade de parceria. Assim, é possível testar as tecnologias desenvolvidas pelo NAPI em outros ambientes, bem como avaliar mecanismos desenvolvidos por outras universidades do Brasil, no Paraná. 

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