O Prêmio CAPES de Tese foi obtido na área de Biodiversidade
Já imaginou ter a sua pesquisa reconhecida nacionalmente? Isso é super possível e foi o que aconteceu com pesquisadores do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos esse ano, que acabaram levando o Oscar da Ciência Brasileira, ou seja, o Prêmio CAPES de Tese. A premiação reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros.
O resultado, por enquanto, é preliminar, mas já significa muito para os nossos cientistas! No dia 16 de setembro será publicado o resultado final no Diário Oficial da União e, no dia 12 de dezembro, haverá o evento para que os vencedores sejam contemplados com a premiação.
O prêmio é entregue desde 2006, com o objetivo de aumentar a visibilidade das pesquisas desenvolvidas pela pós-graduação brasileira. Todas as áreas de conhecimento, que possuam um representante na avaliação da pós-graduação stricto sensu, são contempladas pelo prêmio.
O discente do Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (PEA) e biólogo, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Dieison André Moi, orientado pela coordenadora NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, doutora Claudia Bonecker, e coorientado pelo professor da Universidad de la República (Uruguai), doutor Franco Teixeira de Mello, foi premiado na área de Biodiversidade.
Ambiente estudado por Dieison André Moi durante o desenvolvimento de sua tese
O seu trabalho, intitulado “Pressões induzidas pelo homem impulsionando a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas de água doce, desde escalas espaciais à temporais”, foi avaliado nos critérios originalidade do trabalho, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato, levando o prêmio no meio de outros trabalhos produzidos em outros 140 programas de pós-graduação no Brasil na mesma área de conhecimento.
A tese de Moi revelou que perturbações induzidas pelo homem são capazes de reduzir a biodiversidade de vários grupos de organismos em diferentes tipos de ecossistemas aquáticos. E claro que, com uma biodiversidade cada vez mais escassa, há também a redução da capacidade desses ecossistemas em manter suas funções e prestar serviços para o bem-estar humano.
Para chegar a essa conclusão, o pesquisador trabalhou muito e coletou dados de diferentes regiões do Brasil. Mais de 70 lagos, distribuídos em quatro grandes planícies de inundação no Brasil, serviram para o fornecimento de dados para a pesquisa, bem como mais de 60 córregos de dois biomas neotropicais, sendo floresta amazônica e pastagens uruguaias, além de dados de 17 anos de estudo em um rio subtropical, o famoso Rio Uruguai.
Ambiente estudado por Dieison André Moi durante o desenvolvimento de sua tese
É válido destacar que, durante todo o seu doutorado, o vencedor do Oscar da Ciência Brasileira foi bolsista do CNPq, além de ter contado com a colaboração de vários docentes e discentes do PEA, bem como de toda infraestrutura do Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupélia), da UEM. Toda essa rede de auxílio e pesquisa permitiu que dados para a tese fossem obtidos, ou seja, com a ajuda de membros do PEA e Nupélia, financiados pelo CNPq, CAPES e Fundação Araucária, bem como com os programas de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD) e Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota).
“A minha tese contou com a colaboração de muitos pesquisadores. Praticamente todos os pesquisadores e professores do PEA. Além disso, contamos com pesquisadores de outras partes do Brasil, como, por exemplo, pesquisadores da Universidade Federal do Pará, que cederam dados para um dos trabalhos, dados de invertebrados, plantas e peixes de riachos amazônicos. Também contou com dados de pesquisadores do Mato Grosso, do Nordeste e do Sul do Brasil”, explica o pesquisador.
Ambiente estudado por Dieison André Moi durante o desenvolvimento de sua tese
Dieison André Moi frisa a importância de se criar essa grande rede de colaboração para desenvolver uma tese de excelência, contando com a colaboração de pesquisadores que estão ao seu lado, no laboratório, todos os dias, mas também criar uma rede colaborativa internacional. O vencedor do prêmio contou com auxílio de estudos desenvolvidos por pesquisadores da América do Sul, Estados Unidos da América e Europa, o que enriqueceu grandemente a sua tese.
“Eu me senti muito feliz com a conquista desse prêmio, porque ele reflete o quão boa a minha pesquisa científica foi durante o doutorado. Essa conquista é muito importante, porque ela demonstra a excelência da pesquisa que nós estamos conduzindo. O quão boa é a nossa pesquisa em uma universidade do interior. Ainda mais no interior do Paraná! Muita gente não conhece a UEM, não sabe onde fica Maringá. E na área da biologia essa é a primeira tese premiada pela CAPES, de um aluno da UEM. Então, eu fico muito feliz por estar na vanguarda e, acima de tudo, eu espero que essa conquista inspire novos pesquisadores da UEM, do PEA e também do Paraná a conduzirem pesquisas de excelência que possam ser reconhecidas a nível nacional e também a nível internacional”, afirma Moi.
Ambiente estudado por Dieison André Moi durante o desenvolvimento de sua tese
O reconhecimento de uma das melhores teses brasileiras vem, às vésperas, da comemoração de 45 anos da regulamentação da profissão de Biólogo, sendo mais um grande presente para toda a classe. O Dia do Biólogo é comemorado em 3 de setembro, mesma data em que ocorrerá uma homenagem ao 45º aniversário da regulamentação, em Brasília, onde um outro pesquisador do NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos será homenageado. O professor da UEM, doutor Angelo Antonio Agostinho, receberá o reconhecimento pelos seus trabalhos como biólogo em duas sessões.
As comemorações se iniciam já no dia 2 de setembro, em Brasília, no Plenário do Senado Federal, às 10h, com uma Sessão Especial. Já no dia 3, haverá uma Sessão Solene para essa homenagem, que acontecerá no Plenário Ulisses Guimarães, também na capital do país, às 11h. Você pode conferir as duas sessões ao vivo pela transmissão da TV Senado e TV Câmara, respectivamente.