Evento contou com a participação de pesquisadores do NAPI Biodiversidade
O ano de 2024 está possibilitando diversas visitas de pesquisadores estrangeiros ao território paranaense. Depois da Missão de Pesquisadores Estrangeiros no Paraná, que ocorreu no mês de abril, e que você pode encontrar diversas matérias sobre o evento aqui no nosso site, chegou a vez da Missão de Pesquisadores Japoneses no Paraná, ocorrida em julho, entre os dias 1º e 7.
O evento foi organizado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e Fundação Araucária. A iniciativa contou com o apoio da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade do Centro-Oeste (Unicentro) e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
E, claro, a Universidade Provincial de Kyoto (KPU) também estava envolvida! Afinal, o objetivo do evento era a assinatura do termo de cooperação, para mobilidade acadêmica e de aproveitamento de resíduos, entre a Unioeste e a KPU. Um acordo de colaboração que já está firmado pelos próximos três anos.
Participantes da Missão de Pesquisadores Estrangeiros no Paraná
“Essa parceria é muito importante, primeiro pelo intercâmbio cultural que, no caso, o estudante vai realizar. Ele vai estar exposto a uma cultura diferente absorvendo informações e aplicando esses novos conhecimentos na universidade. Um segundo ponto é o intercâmbio técnico. Nele, os estudantes e pesquisadores vão estar expostos ao universo de inovações, poderão conhecer novas tecnologias para aplicarem aqui, no Brasil”, ressalta o professor e vice-presidente da assessoria internacional da KPU, doutor André Freire Cruz.
A visita ao Paraná é a continuação de uma programação que teve início no começo desse ano, lá no Japão. O reitor da Unioeste, doutor Alexandre Webber, representou as sete universidades estaduais do Paraná enquanto esteve por lá, visitando diversas cidades japonesas e instituições importantes de ensino.
“A visita dos japoneses, juntamente com a assinatura do termo de cooperação, visa fortalecer os laços acadêmicos, científicos e culturais entre as universidades, solidificando vínculos e explorando novas oportunidades de parcerias e intercâmbios entre Brasil e Japão. Assim, a partir de 2025 estudantes de graduação e pós-graduação terão oportunidades para estágios e colaborações de pesquisa. As atividades englobam pesquisas de sustentabilidade agroalimentar, alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, explica a professora da Unioeste e pesquisadora do NAPI Biodiversidade, doutora Fabiana Gisele da Silva Pinto. Ela auxiliou os pesquisadores japoneses durante a visita.
Doutora Fabiana Gisele da Silva Pinto apresentando algumas instalaçãos da Unioeste aos visitantes
A comitiva japonesa teve a oportunidade de visitar diversos campi das universidades envolvidas durante a semana, em Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Toledo e Foz do Iguaçu.
A programação teve início em Curitiba, no dia 2 de julho, nas instalações da Fundação Araucária, onde ocorreu a assinatura do acordo de cooperação entre a Unioeste e a KPU. Logo em seguida, os pesquisadores foram até Ponta Grossa, na UEPG, para participarem das mesas de discussão “Letras e Ciências Sociais: oportunidades de colaboração com a UEPG” – coordenada pela diretora do Escritório de Relações Internacionais da UEPG (ERI), professora Sulany Silveira dos Santos e com apresentação da vice-reitora da KPU, Michiyo Yamaguchi; e “Produção de alimentos e futuro sustentável” – coordenada pela professora da UEPG, doutora Jesiane Batista, com apresentação de Cruz.
Yamaguchi trabalha com o ensino de línguas na Ásia, especificamente da língua inglesa no Japão, e Cruz, brasileiro radicado no Japão há mais de duas décadas, trabalha com soluções para a agricultura baseadas na natureza. Por isso, os pesquisadores também promoveram uma visita técnica à Fazenda Escola Capão da Onça (Fescon), para entenderem um pouco mais sobre o manejo do gado bovino e visitarem uma plantação de trigo.
“Eu trabalho na faculdade de ciências da vida e ambientais e, na minha área de pesquisa, a palavra-chave seria ‘solos’, na área de agronomia. Para os japoneses é interessante investir nessa parceria aqui, porque o Brasil é o celeiro mundial de produção de alimentos e, ao mesmo tempo, o Japão é um país produtor de tecnologia, é o que ele exporta, é a ferramenta que eles têm, é como se fosse uma mão lavando a outra”, afirma Cruz.
Parceria firmada entre a Fundação Araucária e a Universidade Provincial de Kyoto, em Curitiba
Já em Guarapuava, no dia 3, os participantes da Missão conheceram as instalações da Unicentro, incluindo laboratórios, projetos e pesquisas, além de participarem de reuniões e apresentações de projetos em andamento, tanto na universidade brasileira, quanto na universidade japonesa. Além disso, visitaram o Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec).
Encaminhando-se para o oeste paranaense, nos dias 4 e 5, a comitiva visitou os campi da Unioeste, onde participaram de palestras sobre sustentabilidade na produção de alimentos, tanto com perspectivas brasileiras como japonesas, e conheceram um pouco mais sobre o Programa de Pós-Graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, da universidade, bem como o de Educação e Letras. Além disso, conheceram o Centro de Educação, Comunicação e Artes da Unioeste e o Laboratório de Microbiologia e Biotecnologia da instituição.
Vice-reitora da KPU, Michiyo Yamaguchi, realizando apresentação na Unicentro
Para fechar com chave de ouro, nos dias 6 e 7, a programação foi recheada com a natureza exuberante encontrada na cidade de Foz do Iguaçu. Os participantes da Missão puderam visitar as grandiosas Cataratas do Iguaçu e a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, enfatizou o grande comprometimento da instituição e da Seti para estreitar os laços com os pesquisadores japoneses. “Essa cooperação é muito importante para nós, pois é uma parceria de reciprocidade onde vamos trabalhar conjuntamente, além de oportunizar aos jovens paranaenses a mobilidade por meio do Programa Ganhando o Mundo da Ciência em uma instituição extraordinária como é a Universidade Provincial de Kyoto”, enfatizou o presidente.