Protocolo de Avaliação Rápida de riachos é atualizado e resultados são publicados

A equipe responsável é formada por pesquisadora do NAPI Biodiversidade

A região noroeste do Paraná sofre degradação ambiental de maneira feroz desde a década de 1950, por conta, especialmente, dos sistemas de produção agrícola que nortearam o desenvolvimento da região e que prejudicaram grandemente as águas da região. Por isso, é fundamental que essas áreas sejam monitoradas e manejadas, não é mesmo?

 

Felizmente, em 2011, a pesquisadora do NAPI Biodiversidade, doutora Evanilde Benedito, junto com os pesquisadores doutores Vivian de Mello Cionek Antonio e Carlos Beaumord tiveram essa preocupação. Eles propuseram um Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) do Ambiente adaptado para a região do Arenito Caiuá – Noroeste do Paraná, sob domínio da Floresta Estacional Semidecidual, baseado em características geológicas, geomorfológicas, climáticas, hidrológicas e vegetacionais.

 

O PAR tinha o objetivo de avaliar a qualidade ambiental de corpos aquáticos de forma fácil, rápida e com baixos custos, além de fornecer subsídios para manejo e recuperação de riachos. A avaliação deve ser feita com base em nove parâmetros: substrato de fundo, complexidade do habitat submerso, variação de velocidade e profundidade, condições de escoamento do canal, alterações no canal, estabilidade dos barrancos, proteção vegetal das margens e cobertura vegetal original das margens.

 

Por meio do PAR, os pesquisadores conseguiram elencar a condição de conservação do ambiente estudado em quatro níveis diferentes, sendo eles “ótima”, “boa”, “regular” e “péssima”. Para adentrar em cada categoria, os ambientes receberam notas para diversas situações: de 0 a 5 para a categoria “péssima”, de 6 a 10 para a “regular”, de 11 a 15 para a “boa e por fim de 16 a 20 para a categoria “ótima”. No fim da avaliação, as notas eram somadas, oferecendo uma média que indicava a categoria pertencente. 

 

Passados 13 anos, os pesquisadores sentiram a necessidade de validar essa ferramenta, a fim de subsidiar pesquisas, monitoramento para gestão e ciência cidadã. Juntamente com a adição de mais dois cientistas, doutor Gustavo Henrique Zaia Alves e doutora Patricia Almeida Sacramento, eles criaram uma nova versão do PAR, com melhorias e, posteriormente, avaliaram a associação entre as pontuações do protocolo e parâmetros limnológicos, ou seja, os encontrados em águas doces. 

 

Os pesquisadores publicaram o artigo “Protocolo de Avaliação Rápida para riachos que drenam por formações areníticas: uma ferramenta de avaliação versátil e efetiva”, que foi publicado na revista científica da Associação Brasileira de Limnologia (ABLimno), Acta Limnologica Brasiliensia, com os resultados dessa atualização. 

 

Dessa vez, a ferramenta foi adaptada para riachos que drenam por formação geológica arenítica, e o processo de validação final foi realizado em 30 riachos. De acordo com os pesquisadores, as pontuações do PAR explicaram 29% da variabilidade das características limnológicas e físicas dos riachos.

 

Os riachos com pontuações mais altas tinham mais oxigênio dissolvido e profundidade. Já os com pontuações mais baixas tinham maiores larguras, condutividade e turbidez. Assim, os pesquisadores entenderam que o PAR adaptado fornece uma boa interpretação sobre as características físicas do habitat dos riachos e pode ser usado tanto como uma ferramenta única de diagnóstico e monitoramento ambiental ou como uma ferramenta complementar juntamente com parâmetros limnológicos e bióticos.

 

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