RESTORE visita floresta na França

Pesquisadores apresentaram resultados de pesquisas de floresta brasileira e francesa

O NAPI Biodiversidade não se limita apenas às pesquisas realizadas no Brasil. Uma de suas ramificações, o RESTORE, possui um conjunto de pesquisadores formado por brasileiros, franceses e alemães. Assim, é possível que estudos sejam realizados para avaliar as respostas das árvores e da microbiota do solo associadas à seca em três diferentes tipos de florestas: a Floresta Atlântica Estacional Semidecidual Brasileira, a Floresta Decídua Francesa de Carvalho Mediterrâneo e a Floresta Temperada Mésica Alemã.

 

Os pesquisadores desses três países, com uma biodiversidade totalmente diversa da outra, conseguem encontrar padrões ambientais entre locais geograficamente distantes. Além disso, é possível promover testes de aplicação de diferentes soluções baseadas na natureza como estratégias inovadoras para aperfeiçoar a produção de mudas de árvores.

 

E nada melhor para comparar esses estudos do que esses pesquisadores estarem frente à frente, não é mesmo?

Equipe do NAPI Biodiversidade: RESTORE

Por isso, alguns integrantes do NAPI Biodiversidade: RESTORE foram até Marseille, na França, entre os dias 16 e 18 de junho. Lá, eles encontraram com pesquisadores franceses do Arranjo, além de visitar áreas naturais de pesquisa e instalações para a realização dos estudos. 

 

No domingo, 16, os pesquisadores visitaram uma área natural na Montanha Sainte Victoire, próximo à cidade de Aix-en-Provence, na região de Marseille. A região é conhecida por possuir uma alta biodiversidade, ideal para verificar respostas de diferentes plantas às condições ambientais.

Área natural na montanha Sainte Victorie, próximo à Aix-en-Provence

Diversidade de flores e plantas na montanha Sainte Victorie

Já na segunda, 17, os cientistas do Arranjo fizeram uma visita ao Instituto de Biociências e Biotecnologias de Aix-Marseille (BIAM). Ele é uma Unidade Conjunta de Investigação que reúne o Centro de Estudos em Energia Nuclear e Energias Alternativas (CEA), o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) e a Universidade de Aix-Marseille (AMU).

 

O Instituto é reconhecido internacionalmente na área da biologia ambiental, promovendo pesquisas acerca dos organismos vivos e suas respostas às restrições ambientais e dos mecanismos de conversão da luz do sol em uma biomassa rica em energia. Além disso, desenvolve biotecnologias voltadas à preservação da qualidade do meio ambiente e da saúde ou à produção de biocombustíveis.

 

Além de conhecer as instalações, os pesquisadores brasileiros puderam realizar apresentação de resultados de suas pesquisas, bem como participar de discussões. O coordenador geral do NAPI Biodiversidade: RESTORE, doutor Halley Caixeta de Oliveira, apresentou a pesquisa “Nanotecnologia e microrganismos associativos como soluções baseadas na natureza para melhorar as respostas das plantas às mudanças climáticas”. Confira na matéria NAPI Biodiversidade: RESTORE é destaque no C² um pouco mais sobre essas pesquisas envolvendo nanotecnologia. 

 

Além disso, foram discutidos estudos de seca experimental, projeto de duto para análise de dados de ecologia microbiana, tendências climáticas, bem como isolamento, caracterização e aplicação de microrganismos para melhorar a tolerância de árvores ao estresse hídrico, em projetos de reflorestamento.

Dr. André Luiz Martinez de Oliveira e Dr. Halley Caixeta de Oliveira no Instituto de Biociências e Biotecnologias de Aix-Marseille (BIAM)

No último dia, 18, o grupo visitou o sítio de estudos dos pesquisadores franceses do Arranjo, a floresta de carvalhos felpudos (Quercus pubescens Willd.), no Observatório de Haute-Provence (OHP), localizado nos Alpes de Haute-Provence. Lá, os pesquisadores desenvolveram um sistema para analisar uma simulação de mudança climática no Mediterrâneo, ou seja, tentar prever de que forma essa área estará em 2100, após as alterações de clima no mundo. Os cientistas verificam as respostas em relação à dinâmica, ao funcionamento da floresta e à biodiversidade.

Pesquisadores caminhando na passarela logo abaixo do teto retrátil

Foi selecionada uma área verde, que recebeu um teto retrátil. Esse sistema experimental de exclusão de chuva permite, desde 2012, a simulação de uma área florestal em “estresse hídrico agravado”, composta por várias dezenas de árvores. Essa “seca fabricada” tem as características de redução de precipitação de chuva de 800 mm para 500 mm, em média, e um prolongamento de 2 a 5 meses, em um terreno de 300 m².

 

As árvores e os solos dessa área são comparados com uma parcela sobre “estresse hídrico natural”, para gerar resultados comparativos e permitir que os pesquisadores avaliem o efeito da seca na microbiota do solo associada às raízes, além de prospectar linhagens de microrganismos resistentes à seca no local.

Pesquisadores caminhando na passarela logo abaixo do teto retrátil

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