O evento ocorreu entre os dias 8 e 13 de abril
Finalmente, um dos eventos mais aguardados do ano para o NAPI Biodiversidade aconteceu! A Missão dos Pesquisadores Estrangeiros no Paraná ocorreu entre os dias 8 e 13 de abril, em quatro cidades paranaenses, contando com muitos participantes, visitas a instituições importantes para a manutenção da biodiversidade no país, palestras, apresentações de pesquisas e, claro, compartilhamento de experiências e conhecimento. O evento foi promovido pelo NAPI Biodiversidade, NAPI Genômica e Fundação Araucária, que também financiou a iniciativa.
O objetivo foi estreitar ainda mais os laços entre o desenvolvimento científico do Brasil, da Austrália e de Moçambique. Para isso, pesquisadores desses países foram convidados a se reunirem no Estado do Paraná, e pensar em novas parcerias e pesquisas em conjunto.
Diretamente da Austrália, a Missão contou com a participação dos professores Ian Wright, David Tissue e Uffe Nielsen – da Western Sydney University e The Hawkesbury Institute for the Environment -, dos pesquisadores Julian Schrader, Adam Stow e Grant Hose – da Macquarie University -, bem como dos pesquisadores John Mattick, Selene Fernandez-Valverde e Joshua Peterson – da University of New South Wales Sydney. Além disso, também esteve presente o chefe do Centro de Pesquisa para Resiliência de Ecossistemas do Botanic Gardens of Sydney, Maurizio Rossetto. Já de Moçambique, compareceu o professor da Universidade de Licungo, Alberto Charrua.
Equipe da Missão reunida na cerimônia de abertura (Foto: Assessoria de Comunicação da Fundação Araucária)
A cerimônia de abertura ocorreu na cidade de Curitiba, no dia 8, com a participação dos pesquisadores estrangeiros convidados, representantes da Fundação Araucária e de órgãos do Estado, bem como de pesquisadores dos NAPIs responsáveis pela Missão. A solenidade foi transmitida pelo canal do Youtube da Fundação e pode ser conferida a qualquer momento:
Na abertura, a representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) do Paraná, doutora Paula Grechinski, apresentou uma visão geral do Estado para os participantes. De acordo com Paula, o Paraná se encontra na quarta posição de maior economia do país, além de ser o maior produtor de carne, o segundo maior produtor de grãos, além do Estado com maior número de produtores de alimentos orgânicos. Mas, o dado que ela disse acreditar ser o mais importante é em relação ao Ensino Superior, uma vez que é o estado brasileiro com o maior número de universidades estaduais, sendo sete, além das diversas instituições federais e privadas.
Esse é um número expressivo e Paula destaca o interesse e o compromisso do Estado com a educação. “Estamos comprometidos com a excelência acadêmica, pesquisas de ponta e ensino de qualidade e esperamos ter muitas oportunidades de compartilhar isso com outros países”, afirma a representante da Seti.
Equipe da Missão reunida na cerimônia de abertura (Foto: Assessoria de Comunicação da Fundação Araucária)
NAPIs
E, claro, um outro importante indício da preocupação com a educação é o incentivo e financiamento de cada vez mais NAPIs, ou seja, Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação. O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, apresentou aos participantes da Missão um pouco mais dos Arranjos, sua importância, propósito e diferencial para o avanço científico paranaense
“Eles são uma abordagem sócio-técnica, com a ideia de mobilizar o capital intelectual e social que temos espalhado na região. Os ativos estarão sempre focados na criação de riqueza e bem-estar. Para nós, como uma fundação, apoiar a ciência e a tecnologia é muito importante, promovendo um retorno sobre o investimento em pesquisa e desenvolvimento. E focando em áreas de desenvolvimento chave”, afirmou Spinosa.
Já que o Paraná é um estado propício para o investimento científico e para a promoção de parcerias em pesquisas científicas é necessário que interessados entendam de que forma podem colaborar com os pesquisadores paranaenses. Dessa forma, a assessora de internacionalização da Seti, doutora Eliane Segati Rios, apresentou aos pesquisadores estrangeiros as diversas possibilidades de parcerias, especialmente as proporcionadas pela Fundação Araucária.
Para finalizar a cerimônia de abertura, os pesquisadores estrangeiros realizaram apresentações acerca de suas instituições de ensino, abordando a estrutura, as pesquisas desenvolvidas, os projetos possíveis de serem realizados, organizações presentes em cada instituição, bem como os trabalhos em andamento.
Formalização da Missão com representantes da Fundação Araucária e professor Alberto Charrua(Foto: Assessoria de Comunicação da Fundação Araucária)
Visitas
Após a solenidade, a equipe da Missão teve a oportunidade de realizar uma incrível visita em um local próximo à Curitiba, a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Guaricica. As RPPNs são previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza como formas de espaços de uso sustentável. Anteriormente, a área era uma propriedade privada que foi adquirida pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), para ser transformada em uma grande reserva natural. Você pode entender um pouco mais da iniciativa por meio desse vídeo:
“A visita na Reserva Natural de Guaricica foi importante para os pesquisadores conhecerem esse gradiente da vegetação da Mata Atlântica. Chamamos de floresta ombrófila densa, que é essa floresta mais úmida, começando no alto de Curitiba até chegar no nível do mar. A reserva tem bastantes sítios de restauração e de reflorestamento, onde muitos pesquisadores da Universidade Federal do Paraná [UFPR] fazem pesquisa, muitas delas apresentadas durante a visita. As conversas abordaram ecologia vegetal, restauração florestal e também sobre espécies invasoras”, explica o coordenador geral do NAPI Biodiversidade: RESTORE, professor doutor Halley Caixeta de Oliveira.
Equipe da Missão na RPPN Guaricica
E a Missão continuou no dia seguinte! Na manhã do dia 9, o grupo foi até à Sociedade Chauá, um importante parceiro do NAPI Biodiversidade. Em conjunto, desenvolvem planos de ação e pesquisa para a conservação de algumas espécies de plantas ameaçadas de extinção. Recentemente, as equipes apresentaram dados sobre a distribuição e a diversidade genética de populações remanescentes de espécies como palmeiras (Butia eriospatha, Butia microspadix e Trithrinax acanthocoma) e outras espécies de interesse, como Mimosa strobiliflora e Curitiba prismatica.
A Sociedade Chauá é uma instituição sem fins lucrativos voltada à conservação da natureza, de espécies da flora e dos ecossistemas naturais. Os projetos são voltados, em especial, para conservar plantas raras e ameaçadas de extinção da Floresta com Araucária.
Os pesquisadores tiveram contato com todo o trabalho desenvolvido pela Chauá, bem como as pesquisas e estudos realizados em conjunto com o NAPI Biodiversidade. A sessão temática “Diversidade genética vegetal: implicações para a conservação dos ecossistemas e recuperação da flora ameaçada”, apresentada nas instalações da Instituição, foi coordenada pelo professor Paulo Roberto da Silva, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), e pelo diretor executivo e sócio fundador da Sociedade Chauá, Pablo Hoffmann.
Integrantes da Missão na Sociedade Chauá (Foto: Rodrigo Lingnau)
Além disso, a sessão também contou com as apresentações do chefe do Centro de Pesquisa para Resiliência de Ecossistemas do Botanic Gardens of Sydney, Maurizio Rossetto, bem como do professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Halley Caixeta de Oliveira.
O viveiro da Instituição também foi um dos pontos de parada para visita. Lá é produzida a maior quantidade de espécies da Floresta com Araucária no país, com foco em espécies nativas ornamentais, raras e ameaçadas, incluindo espécies pouco ou não cultivadas em viveiros convencionais. De acordo com a Instituição, são produzidas, por ano, 70 mil mudas de mais de 200 espécies nativas.
Viveiro da Sociedade Chauá (Foto: Rodrigo Lingnau)
Após a parada na Sociedade Chauá, a equipe da Missão partiu para Ponta Grossa para visitar o Parque Estadual de Vila Velha, o primeiro Parque Estadual criado no Paraná, em 1953, e uma das mais importantes unidades de conservação ambiental do Brasil. Os pesquisadores puderam conhecer mais sobre a história do parque, caminhar em suas trilhas e apreciar mais da grande biodiversidade existente no nosso país.
“Somos o único Parque do Brasil onde o visitante pode caminhar pelas trilhas dos Arenitos, formações rochosas milenares, ao mesmo tempo que se aventura nas Furnas, grandes cavernas verticais com rica vegetação em seus paredões e lagos azulados em suas bases, e contempla a Lagoa Dourada, com vida aquática protegida por suas águas cristalinas, que refletem a luz do sol, oferecendo um espetáculo magnífico aos seus visitantes”, informa o site do parque.
Integrantes da Missão no Parque Estadual de Vila Velha (Foto: Rodrigo Lingnau)
Pensa que acabou por aqui? Há ainda muito mais sobre o que foi feito nos dias de Missão no Paraná para você se inteirar! Fique ligado nas próximas matérias aqui no site do NAPI Biodiversidade!