Marina Corrêa Scalon finalizou seu doutorado no país, em 2015
Antecipando a Missão dos Pesquisadores Estrangeiros no Paraná – que ocorre entre os dias 8 e 13 de abril, nas cidades de Curitiba, Guarapuava e Foz do Iguaçu -, integrantes do NAPI Biodiversidade promoveram um evento on-line e gratuito, com a PhD Marina Corrêa Scalon, sobre suas experiências de pós-graduação na Austrália.
A pesquisadora faz parte, atualmente, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e realizou o seu doutorado em Ecologia Vegetal pela Macquarie University (2015), na Austrália. O evento teve o objetivo de trazer os relatos de uma estrangeira realizando pós-graduação em universidades australianas, abordando o seu processo de ingresso, as vivências durante o período de estudos, bem como as dificuldades e benefícios dessa escolha.
Marina iniciou comentando como conseguir uma bolsa de pós-graduação em um país estrangeiro, ressaltando a importância de ir atrás de um potencial orientador. A PhD orientou que os interessados busquem autores de artigos que chamem a atenção, acompanhem grupos de pesquisa de áreas de interesse, busquem pesquisadores com métodos de pesquisa atraentes ou mesmo fiquem atentos a palestras em congressos ou indicação de professores brasileiros.
Momentos da PhD na Austrália durante o doutorado (Fotos: Marina Corrêa Scalon)
Além disso, a pesquisadora comentou da importância de investigar o currículo do seu potencial orientador, bem como buscar o máximo de informações sobre a instituição que haja o interesse de ingresso. É fundamental analisar as políticas para alunos estrangeiros e a representatividade da universidade, além de pesquisar quais os requerimentos de proficiência em inglês necessários, uma vez que isso se altera de universidade para universidade.
No evento, Marina também detalhou o seu processo de busca e contato com o seu orientador do doutorado, dando dicas de como se portar desde a comunicação até o aceite. Ainda, comentou sobre as diferenças entre as bolsas ofertadas na Austrália e no Brasil para estudo em outro país. Você imagina quais sejam as vantagens e desvantagens das bolsas brasileiras, de acordo com a pesquisadora?
Agora, uma das questões mais importantes: por que fazer uma pós-graduação na Austrália ao invés de estudar no Brasil? Saiba que a PhD também respondeu essa grande dúvida! De acordo com ela, as universidades possuem ótimas estruturas e prezam muito pela segurança do campus e dos alunos ali presentes. Isso se dá desde a segurança física, como também a mental, uma vez que há atendimento psicológico dentro da universidade. Além disso, não há aulas ou créditos a serem cumpridos, ou seja, você pode se dedicar integralmente a sua pesquisa durante todo o período.
Marina também reforçou que há cursos disponíveis, especialmente para os pesquisadores que realizam pesquisas em campo. Os treinamentos vão desde primeiros socorros em lugares remotos, bem como de direção de veículos até de manuseio de equipamentos ou químicos, algo que incentiva a autonomia dos estudantes.
Marina em ações de campo (Fotos: Marina Corrêa Scalon)
“Você tem a possibilidade de interação com muitas pessoas de culturas e lugares diferentes. A Austrália é muito diversa, atraindo muitos alunos de diferentes lugares”, pontua também a pesquisadora como um grande motivo para estudar em outro país. “Por ser tão única na questão ambiental, com uma fauna e flora tão particular, o país atrai muitos pesquisadores”, explica.
“Existem muitas oportunidades de turismo ecológico na Austrália, com muitos parques gratuitos e deslumbrantes. Inclusive, mesmo com pouco orçamento, é possível conhecer lugares muito bons”, reforça a pesquisadora, que teve contato com diversos animais únicos da natureza australiana, bem como com a vegetação específica do país.
Marina em viagens pela Austrália (Fotos: Marina Corrêa Scalon)
Mas, também há os desafios de estudar em outro país. Marina comentou que a questão financeira é bem relevante, pois a Austrália é um local caro para viver. Além disso, não é porque a língua oficial é o inglês que isso facilita o processo, uma vez que o sotaque australiano e as gírias são muito únicos, dificultando a comunicação no início.
A distância entre a Austrália e o Brasil também se torna uma desvantagem, tanto para a visita de parentes, como também pensando no fuso horário, que é bem diferente. A pesquisadora abordou que, muitas vezes, se sentiu sozinha e isolada no país. “E, claro, tem a xenofobia, porque ser estrangeiro não são só flores (…). O brasileiro até é visto com bons olhos, mas a mulher brasileira ainda há um preconceito grande”, relatou a pesquisadora.
Mas, mesmo com as dificuldades, Marina reforçou que a vivência foi muito engrandecedora e incrível. Por ter vivido experiências únicas e diferentes, que apenas morar na Austrália proporcionaria, ela incentiva que as pessoas busquem fazer pós-graduação em universidades australianas ou mesmo em universidades de outros países.
Você pode conferir o evento completo no nosso canal do Youtube: